Velho maquinista, com seu boné, tira fotos com a criançada

Marcos Felipe, o “Alemão”, o maquinista da viagem da Maria Paula e do Pablo. Foto: Claudio Vitor Vaz

O funcionário destacou que a Maria Fumaça, com o resgate feito pela ABPF, voltou a funcionar há 35 anos, como parte de um museu que era para ser estático, mas que nasceu vivo e dinâmico. “Somos um museu que anda, que traz saudade, cultura, educação, consciência do valor da ferrovia num país sem memória. Aqui, o trabalho é realizado por pessoas que amam a ferrovia, e promovemos um turismo criativo, que busca recursos para preservação da memória. Seu sagrado ingresso nos ajuda nisso, mas você também pode comemorar aniversário no trem, casar no trem. Case no trem e o negócio vai andar bem na linha”, brincou.

A tão esperada hora do apito da Maria Fumaça chegou. Foto: Claudio Vitor Vaz

Ao ver a Maria Fumaça, Maria Paula falou, orgulhosa, que ela e o trem têm nomes iguais. Ela e Pablo se espantaram com as demonstrações de força e vitalidade da máquina, feita ali na plataforma. Soltou fumaça, apitou alto – a ponto de fazer algumas crianças chorarem, devido à altura – os funcionários até pediram para que as crianças tapassem os ouvidos, mas muitas foram pegas desprevenidas.

Todos a postos para o primeiro passeio de Maria Fumaça de sempre. Foto: Claudio Vitor Vaz

Chegada a hora de embarcarmos nos comboios, escolhemos as cadeiras próximas da entrada. As crianças se sentaram nas janelinhas. Os vidros estavam baixados, mas como o dia estava quente, abrimos e prendemos as janelas. Os atendentes de bordo pedem para que ninguém coloque os braços e/ou a cabeça para fora, por questões de segurança. Mas em alguns trajetos, em campo mais aberto, é quase irresistível estender as mãos ou o rosto para sentir o sol e a brisa quente.

Maria Paula da uma espiadinha na estação Tanquinhos. Foto: Claudio Vitor Vaz

Nosso comboio estava lotado de famílias e casais, ‘saboreando’ as paisagens bucólicas lá fora. Passamos por muitas fazendas, com suas vaquinhas e cavalos espalhados pelos pastos, com igrejinhas, casebres e muitas árvores, e fizemos pequenas paradas pelas estações Tanquinhos e Carlos Gomes. As crianças curtiram todo o trajeto, saudando os bichinhos e os ciclistas que encontraram pelo caminho. Nosso destino era a Estação Jaguariúna, onde funciona o restaurante Botequim da Estação, que serve a famosa picanha com alho.

Paisagens bucólicas decoram o trajeto da Maria Fumaça.; Foto: Claudio Vitor Vaz

Como a parada em Jaguariúna dura apenas uma hora e o restaurante estava lotado, optamos por ficar por ali e retornarmos com os tios da Maria Paula e do Pablo, que chegaram a tempo de almoçar com a gente. Caso retornássemos com o trem, a chegada à Estação Anhumas estava prevista por volta das 14h. Como não tínhamos mais hora para voltar, almoçamos com calma. Um menu delicioso: que, além da picanha, acompanha arroz, feijão, farofa, vinagrete e salada de rúcula com tomate. Depois de comerem, as crianças ficaram brincando entre as mesas, enquanto papeávamos. Depois, aproveitamos o passeio para visitar outra cidade não tão distante: Amparo, considerada o 17º município mais desenvolvido do Estado de São Paulo, mas isso é assunto para outra matéria.

Estação de Jaguariúna, ponto final. Foto: Claudio Vitor Vaz