Velho maquinista, com seu boné, tira fotos com a criançada
O funcionário destacou que a Maria Fumaça, com o resgate feito pela ABPF, voltou a funcionar há 35 anos, como parte de um museu que era para ser estático, mas que nasceu vivo e dinâmico. “Somos um museu que anda, que traz saudade, cultura, educação, consciência do valor da ferrovia num país sem memória. Aqui, o trabalho é realizado por pessoas que amam a ferrovia, e promovemos um turismo criativo, que busca recursos para preservação da memória. Seu sagrado ingresso nos ajuda nisso, mas você também pode comemorar aniversário no trem, casar no trem. Case no trem e o negócio vai andar bem na linha”, brincou.
Ao ver a Maria Fumaça, Maria Paula falou, orgulhosa, que ela e o trem têm nomes iguais. Ela e Pablo se espantaram com as demonstrações de força e vitalidade da máquina, feita ali na plataforma. Soltou fumaça, apitou alto – a ponto de fazer algumas crianças chorarem, devido à altura – os funcionários até pediram para que as crianças tapassem os ouvidos, mas muitas foram pegas desprevenidas.
Chegada a hora de embarcarmos nos comboios, escolhemos as cadeiras próximas da entrada. As crianças se sentaram nas janelinhas. Os vidros estavam baixados, mas como o dia estava quente, abrimos e prendemos as janelas. Os atendentes de bordo pedem para que ninguém coloque os braços e/ou a cabeça para fora, por questões de segurança. Mas em alguns trajetos, em campo mais aberto, é quase irresistível estender as mãos ou o rosto para sentir o sol e a brisa quente.
Nosso comboio estava lotado de famílias e casais, ‘saboreando’ as paisagens bucólicas lá fora. Passamos por muitas fazendas, com suas vaquinhas e cavalos espalhados pelos pastos, com igrejinhas, casebres e muitas árvores, e fizemos pequenas paradas pelas estações Tanquinhos e Carlos Gomes. As crianças curtiram todo o trajeto, saudando os bichinhos e os ciclistas que encontraram pelo caminho. Nosso destino era a Estação Jaguariúna, onde funciona o restaurante Botequim da Estação, que serve a famosa picanha com alho.
Como a parada em Jaguariúna dura apenas uma hora e o restaurante estava lotado, optamos por ficar por ali e retornarmos com os tios da Maria Paula e do Pablo, que chegaram a tempo de almoçar com a gente. Caso retornássemos com o trem, a chegada à Estação Anhumas estava prevista por volta das 14h. Como não tínhamos mais hora para voltar, almoçamos com calma. Um menu delicioso: que, além da picanha, acompanha arroz, feijão, farofa, vinagrete e salada de rúcula com tomate. Depois de comerem, as crianças ficaram brincando entre as mesas, enquanto papeávamos. Depois, aproveitamos o passeio para visitar outra cidade não tão distante: Amparo, considerada o 17º município mais desenvolvido do Estado de São Paulo, mas isso é assunto para outra matéria.