Caverna das Aranhas, Mirins e do Chapéu. Parque Estadual do Alto do Ribeira – Petar

Prontos para o passeio do dia com Pedro e Karine. Núcleo Caboclos, Petar. Foto: Claudio Vitor Vaz

Na manhã do dia seguinte, com mochilas às costas, saímos com Pedro e a estagiária em monitoria ambiental Karine Pacheco, para explorar as cavernas mais acessíveis às crianças. A primeira foi a Gruta do Chapéu. Com capacetes e lanternas, adentramos a grande e escura boca de pedra. Maria Paula não demonstrou medo algum, ao contrário de mim, que fiquei receosa com as pedras escorregadias.

Alto, de fala e andar tranquilos, Pedro cresceu explorando as cavernas do Petar. É apaixonado pelo parque, gosta e entende de geologia e contou para nós que ali já foram encontrados resquícios de conchas e outros fragmentos de vida marinha, assim como animais primitivos, como o esqueleto de um bicho-preguiça gigante.

Maria Paula em sua primeira a uma caverna de verdade. Núcleo Caboclos, Petar. Foto: Claudio Vitor Vaz

Lá dentro, o visual é espetacular. Com 200 metros de extensão, a caverna possui um córrego em sua entrada e é toda ornamentada. As colunas formadas pelo encontro entre estalactites e estalagmites formam colunas de diversos formatos e diâmetros, lembrando um templo religioso. Também pudemos observar represas de travertino, que são formações rochosas características de cavernas calcárias; e helictites, que é a mais delicada das formações de uma caverna.

Saindo dali, caminhamos pela trilha até a Caverna das Aranhas, com cerca de 100 metros de extensão, espeleotemas, opiliões e um belo visual do rio que a corta. Espeleotema vem do grego spelaion (caverna) e thema (depósito). Traduzindo ao pé da letra significa depósito de caverna. Estalactites e estalagmites são espeleotemas.

Opiliões a descansar tranquilamente no interior da caverna. Núcleo Caboclos, Petar. Foto: Claudio Vitor Vaz

Opilião é um animal que pertence à classe dos aracnídeos, mas não pode ser chamado de aranha, pois não tecem teias nem possuem veneno. Mas sua aparência foi o suficiente para a população batizar o ambiente em que vivem de caverna das Aranhas.

Voltamos ao camping para preparar o almoço: macarrão com shimeji, tomate cereja e tiras de carne, que levamos congelada em pequenas porções.

Macarrão de camping da mamãe. Núcleo Caboclos, Petar Foto: Claudio Vitor Vaz

Levantamos acampamento ao mesmo tempo em que chegava um grupo de pesquisadores ao Núcleo Caboclos. Seria interessante ficarmos ali para aprender um pouco com eles, mas já estávamos sentindo falta da civilização.