Campos do Jordão, de fôlego renovado

Após meses de distanciamento físico em Santos (SP) e sem pegarmos uma estradinha sequer, aceitamos o convite do nosso amigo Ricardo Gonçalves, da Associação de Amigos de Campos do Jordão – AMECampos, para voltarmos para a cidade mais alta do Brasil, na linda Serra da Mantiqueira.

Maria Paula no Pula-pula do Parque Tarundu, Campos do Jordão. Foto: Claudio Vitor Vaz

Novos itens entraram para nossa mala de viagem, como máscaras e tubos de álcool em gel. Munidos de coragem e muita atenção para não relaxarmos nos cuidados para evitar o contágio pelo novo Coronavírus – como fazer paradas somente quando muito necessário, como por exemplo, a pausa para o xixi – e uma frasqueira tamanho família para carregar lanchinhos, frutas, suco e água, rumamos para nossa primeira viagem durante a pandemia.

Curioso é que o nosso site foi inaugurado, há quase três anos, com uma matéria sobre Campos do Jordão para crianças, quando Maria Paula tinha pouco mais de 2 anos de idade. Agora, retomamos a estrada e as publicações com uma nova reportagem sobre o mesmo município.

Nossa estada em Campos se deu entre os dias 14 e 16 de agosto, no segundo fim de semana da Fase Amarela do Plano São Paulo, com a reabertura dos restaurantes para almoço e dos parques ao público. Encorajados também pelo clima ensolarado, visitamos o centro de lazer e aventura Tarundu, fizemos passeios ao ar livre e fomos a restaurantes dedicados à culinária regional.

Escutamos, de alguns donos de estabelecimentos, que a movimentação de turistas, no período, foi acima da expectativa, e o grande desafio foi atender bem com equipes de funcionários reduzida. A boa notícia é que os restaurantes, parques e hotéis que visitamos estão seguindo à risca os novos protocolos de segurança, com seus colaboradores utilizando EPI – Equipamentos de Proteção Individual, e sob a orientação de descartá-los após o uso, além da medição de temperatura dos visitantes e a obrigação do uso de máscara para acessar os locais.

Reconhecido polo gastronômico, Campos tem em seus restaurantes e culinária regional – com destaque para os pratos com truta e pinhão – seu principal atrativo. Daí que, no contexto de pandemia em que vivemos, é preciso que o turista tenha em mente que a espera para ser atendido será um pouco maior do que o normal.

Observamos que, com equipes reduzidas na cozinha e no salão, atrasos nos pedidos foram inevitáveis em alguns lugares. A dica é: vá com calma, aproveite para apreciar o ambiente e desfrute a incrível sensação de liberdade após tantos meses em casa.

Parque Tarundu

Arvorismo no Parque Tarundu, Campos do Jordão. Foto: Claudio Vitor Vaz

Ainda no sábado, no Tainakan Gourmet, que funciona desde 2000 no Parque Tarundu, por exemplo, a mudança do sistema self service para o a La carte – como medida de segurança para impedir o contágio pelo novo Coronavírus – resultou num grande desafio atender a tantas mesas. Pessoal da cozinha e salão corria para dar conta de tudo, no dia em que o parque registrou a entrada de 560 pessoas.

No dia seguinte, com menos visitantes, em torno de 300, não vimos o mesmo cenário, pois a cozinha do Tainakan aprendeu com a experiência e se organizou melhor, dos ingredientes ao processo de feitura dos pratos, para agilizar o processo.

Com 500 mil m² de mata preservada, a 1,7 mil m de altitude, o Tarundu, no começo do ano, estava recebendo entre 900 a 1,2 mil pessoas, e trabalhava com uma equipe de 250 colaboradores, entre mensalistas e intermitentes. Nesse novo momento, está operando todos os dias, das 10h às 16h, com 54 funcionários, e 17 das 36 atrações, todas ao ar livre, pois os brinquedos indoor estão proibidos.

“A pandemia chegou numa altura em que Campos de Jordão estava crescendo, o público se solidificando, com a identidade da cidade focada no turismo urbano e de natureza. Em 19 de março, saímos de uma reunião de gestores, em que estavam todos felizes com os resultados do primeiro trimestre, com 15% a mais no faturamento…aí chega um funcionário e diz ‘o prefeito mandou fechar tudo a partir do dia 20’. Foi um banho de água fria”, lembra Ricardo Lenz, de 68 anos, fundador do Tarundu.

Foram liberadas atrações como tirolesas, cama elástica, boia cross, tiro esportivo, mini golf, arborismo, bungee trampolim, passeios a cavalo e de pônei. Os equipamentos são higienizados a cada uso. Uma novidade é o Caminho da Paz, uma trilha suspensa, no meio da vegetação do parque, com 600 metros de extensão, que percorre quatro nascentes e é acessível a cadeirantes.

O boia cross não intimidou a Maria Paula, Tarundu, Campos do Jordão. Foto: Claudio Vitor Vaz

Sempre fazendo uso da máscara, Maria Paula se divertiu na tirolesa infantil (foi duas vezes), na boia cross (que desce por um longo escorregador e termina numa montanha de bolinhas coloridas) e no bungee trampolim (presa a elásticos a vários metros de altura da cama elástica). Ficamos felizes em ver que o espírito aventureiro e radical da nossa menina permaneceu intacto, após meses encapsulada em casa e sem brincadeiras do tipo.

Tarundu é uma palavra em tupi-guarani que significa “estado de graça”, e é isso que Ricardo Lenz e Evadne Perugine, que conduzem o parque, querem proporcionar às diversas gerações que acessam o local. Ali, também funciona uma charmosa pousada. Saiba mais nesta edição. 

Serviço

O Tarundu fica na Av. José Antônio Manso, 1.515. A entrada custa entre R$ 19,00 (meia) e R$ 38,00, e o passaporte VIP está com desconto: R$ 170,00, válido para todas as atrações (exceto o balão). Mais informações no site tarundu.com.br.