‘A vida é simples’

Na noite de domingo, recebemos a visita de um campista muito conhecido ali: Claudio Camacho, que está acampado no resort desde outubro de 2018 e lá pretendia ficar até fevereiro de 2019, distante da correria de fim de ano. Ele nos convidou para visitar sua barraca, pertinho do rio.

Fomos para lá após o jantar. Camacho nos recebeu com uísque escocês 12 anos, ao som de Rolling Stones e afins. Com quase 2 metros de altura, porte atlético e traços orientais, o campista chama atenção, também, por sua barraca equipada com geladeiras, fogão, barris de cerveja e bebidinhas de todo tipo – que ele gosta de oferecer aos amigos e novatos no camping, como um convite para uma boa prosa.

Claudio Camacho, amante da pesca e do Itamambuca Eco Resort Foto: Claudio Vitor Vaz
Claudio Camacho, pescador e campista de Itamambuca. Foto: Claudio Vitor Vaz

Camacho morou oito anos em Santos e, atualmente, vive em Cubatão, com a mulher e enteadas – que também costumam acampar com ele, mas por períodos mais curtos. Ele conta que conheceu o local em 1986, após acabar o combustível do carro em que viajava rumo a Trindade, no Rio de Janeiro. Isso aconteceu na altura do camping. Resolveu acampar por ali e, desde então, é para onde retorna por várias semanas e meses a fio. “Não sei explicar. Esse lugar tem uma energia muito forte”, diz.

No camping, ele se dedica a pescar, prosear e cozinhar. Demonstra conhecer várias espécies de peixes de água doce e salgada. “O rio Itamambuca é um berçário natural. Tem Agulhão, Parati, Tainha, Robalo Peva e Robalo Flecha, Carapicu, Lambari, Roncador, siri, caranguejo, camarão de água doce (Pitu), Bagre, Carapeba e muitos outros que ainda não conheço. No mar, temos Robalo Flecha, Bagre, Cabeça Preta, Cação Viola”, classifica.

|”Eu venho aqui não para esquecer, mas para lembrar quem eu sou e que a vida é simples”

Ele conheceu Tatão no camping, de quem ganhou o primeiro equipamento apropriado para pesca esportiva. Em homenagem ao amigo, que morreu em 2016, Camacho pendurou, na entrada de sua barraca, um painel com fotografias dos momentos de pescaria com o amigo. Tatão acampava ao lado de Camacho, e amava tanto o local que costumava marcar num poste de luz todos os anos em que visitou o local, de 1984 a 2016.

Seu guru na arte de pescar foi o doutor em Física Carlos Ducatti, o Tatão, “que apesar do título acadêmico era um cara bonachão, que gostava de agregar as pessoas”, lembra Camacho.

Poste onde Carlos Ducatti, o Tatão, marcava os anos das suas estadas com a família em Itamambuca. Foto: Claudio Vitor Vaz
Poste onde Carlos Ducatti, o Tatão, marcava as suas estadas com a família em Itamambuca. Foto: Claudio Vitor Vaz

Camacho resume assim sua experiência em acampar: “Eu venho aqui não para esquecer, mas para lembrar quem eu sou e que a vida é simples”.